segunda-feira, 29 de março de 2010

Miragem

Acordo mais uma vez longe do ideal que idealizei, pois quando o tempo nos cega, muito fica por escrever.

Fui ao encontro de uma miragem que já evitei, mas continuei a caminhar sem hesitar, sem fugir.

O tempo fez-me esquecer a longa distância que percorri neste momento, para ver-te com a confiança que sempre me transmitistes. Recordar por vezes engana, mas não agora, não neste momento em que apareceste com esse sorriso de saudade, igual ao meu, mas finalmente sem esperança, apenas para sentir a importância de um gesto de conforto por teres seguido por breves minutos o meu tempo de reflexão.

Continúo o percurso que quero manter, e penso: - É desta vez que vou abstrair-me de ilusões e voltar a refugiar-me em sentidos e em nostalgia, sem perder a minha razão!

E tento adormecer, pensando onde vou acordar com mais um amanhecer sem palavras soltas pela suave manhã.

terça-feira, 23 de março de 2010

Teimosia

Pedi que guardasses as minhas palavras, leste-as, mas não paraste para as ouvir. Talvez se fosse outro que as te segredasse, terias prestado um pouco mais de atenção. Mas fui eu que as escrevi e se ficaram soltas no papel, foi porque não as quiseste sentir. Não critico, foram alguns desabafos que te quis mostrar, sem te olhar nos olhos, sem entrar no teu mundo, apenas fazer-te mudar.

E continuei a andar, em pensamento.

Finalmente consegui parar por um segundo o tempo, quando pensei "NÃO"...

... quero prender-me a uma ilusão;
... gostava de desafiar a paixão;
... posso continuar a lutar contra mim;
... por ti;
... contigo!

E continúo a escrever palavras ocas que ecoam a cada segundo que passa.