segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ao longe

Imaginei um novo sonho, longe de outros que tive, enquanto esperava por ti.

Distante, parei. Louco, caminhei. Apaixonado, voltei.

Mas fiquei rendito a esse novo sonho, de caminharmos juntos por entre confrontos desleais, que tudo levam, até mesmo o que não se espera. Talvez a ilusão, ou a imaginação fértil de compaixão.

Nesse sonho não sei onde fui! Com que força ou com que leveza me entreguei. Sei que foi com indeferença, se não, não tinha acordado longe de ti.

domingo, 25 de setembro de 2011

Claridade

Rumo ao desconhecido que conheci noutros tempos de um ilusória passagem de interrogação.

Pisando pedra a pedra esse caminho de memórias que com a rotina se transformaram em degraus de magma arrefécido que escorreram em cascata até ao oceano, onde nem as ondas, nem a maré, o impediram de se fundir com a paisagem renovada que decidi caminhar.

Como se um novo percurso surgisse distante, bem longe e sem o fim se avistar.

E corri no novo asfalto selvagem, cada vez com mais esforço, onde a meio me sentei a reflectir sobre imagens claras, sobrepostas ao sonho de ver essa claridade novamente, todas as noites, e que um novo rumo ao desconhecido me obrigasse a pensar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ardendo

Amanhece o dia após uma noite que não me lembro. Algumas imagens sobrepõem-se à árvore que vejo entre a vegetação e ao muro feito de pedras antigas, que com os anos ficaram cheias de musgo do orvalho matinal, e recordo-me do escuro da noite rodeado de faíscas da fogueira que tinha acendido antes do sol se pôr.
Era a chama da inquietação, que poderia ter ficado acesa toda a noite, a iluminar a minha cegueira jovial, pois entre passos dados na noite anterior, nada se manteve igual.
-Seria para me aquecer?

Tentava recordar-me de algo mais, mas nada. Apenas uma visão deturpada da paisagem negra em que nem as estrelas iluminavam, apenas brilhavam distantes e sem calor. E a fogueira estava apagada quando de manhã olhei, só a cinza a voar com a brisa matinal.

Ao longe um riacho, a correr entre as pedras esculpidas após séculos de passagens de correntes cristalinas, como se nada tivesse alterado o seu curso natural e dirijo-me até ele. Lavo a cara, não satisfeito, dispo-me e lavo-me nessas águas frias, mas sempre a tentar lembrar-me da noite anterior.

Visto-me ainda molhado, a roupa agarra-se ao corpo, mas não me importo. Volto perto da fogueira apagada, e nada. Nada me lembro a não ser as estrelas e das fagulhas ao vento.
- Uma promessa? Recordo-me eu! E nada mais, apenas o fascínio do momento, e nada mais surge no horizonte, a não ser essa promessa feita enquanto delirei com a inconsciência.

Não a consigo quebrar, apenas reflectir essa emoção de estar acordado, e volto a deitar-me acorrentado à natureza de ser livre (quem não quer?). Volto a levantar-me sem pensar no próximo passo, e volto a lavar o rosto nas margens do riacho, e volto ao local onde as brasas já arrefeceram.

Desisto de perceber o significado que nem eu sei, apenas são especulações e pensamentos de quem sonha com o inexplicável e explico-me a mim, todos os momentos.
- A razão não é um conto, é uma série de histórias que se confundem com o sentimento e com a emoção...

... de ser livre!

Além

Prisioneiro da emoção sem razão, sem a ideia de alcançar o desejo de sonhar.
Tentei desbravar o caminho solitário ao escape da solidão, sem o conforto que tanto esperei.

Não fugo novamente, mas possívelmente renderia-me a essa ilusão de viajar na esperança, na imaginação ancestral que tantos defendem.
Sonharia sim, com esse encontro de sentimentos contraditórios aliados aos encantos da poesia que não imaginei quando fugi.

O tempo voa, a teu lado, mas parou quando reflecti do que vi.
Verei mais além?
É o que espero quando te voltar a encontrar, pois acredito que contigo me encontrarei novamente, para recordar o tempo a passar!