segunda-feira, 25 de outubro de 2010

No meio

Quis fugir após ter encontrado um sentido a uma prece de há muito. Fugi, para não voltar a sufocar com essa falta de certezas que sinto, vezes a mais e sem razão, a que procuro.

Provoquei em mim mais do que poderia dar, por ter decidido relembrar-me de juízos perdidos na caixa dos segredos de outros, e nos meus, para conquistar a minha força de uma juventude ilosória de amargos amores e pesados sabores, de esperança. E parei, quando para baixo olhei, mas soube onde tinha chegado, onde queria pernoitar nesse momento tão esperado e esperei.

No meio desse precipício em que estagnei, arrepiei-me por me lembrar de contos e estórias, diferentes da minha, de outras lutas desumanas e de virtudes esquecidas. Por enfrentar os medos e procurar a rendição dessa estagnação em que parei até voltar a mergulhar na inquietude da imaginação.

Só depois respirei...

domingo, 19 de setembro de 2010

Destino

Foi uma grande viagem, aquela que decidi escolher para enfrentar a realidade das tuas palavras, para me aperceber que um ser vive de emoções partilhadas, de sentimentos gerados a cada segundo de vivência conjunta, e de laços conquistados com verdades espontâneas.

Cheguei ao destino, dessa mesma viagem que enfrentei sozinho, sem razão e sem conseguir resistir a olhar para trás. Como se visse e rescrevesse novas etapas desse conto imaginário que vivi.

Na memória trago aquelas três "pedras incandescentes", que me mostraram a luz de uma luta desigual entre o comum e o inexplicável, do sentido e da ilusão, o que foi tudo e o que é nada. E continuei certo que a viagem ainda não tinha acabado, como se um início esperado voltasse a indicar o caminho perdido da aventura de percorrer espaços intemporais até à descarga de luz que senti, e que me aproximei, com receio e espanto, pela beleza do que poderia significar ter-me deixado tocar... Mudei a direcção, e esperei esse encontro que evitei.

Mas que destino esse que cheguei?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sedução finita

Perdido, em realidades paralelas às minhas, mas sem esquecer o sopro de racionalidade que por vezes não sinto, a aconchegar-me os sentidos mais primários da tua sedução.

Espero e revolto-me, contra mim, por essa vontade de liberdade que seria espontânea, em ti... E perco-me, novamente!

Posso andar milhas maritimas e, afundar-me, mais uma vez. Mas é nessas profundezas que te busco, onde iluminas essa infinidade sem a luz do astro, que me encandeia sempre que a procuro.

E, ando perdido...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Espiral

Este turbilhão, em que me encontro, por querer o impossível, quando já o tive noutras viagens em que me perdi.

Continuo em espiral, que desce em meus pensamentos, pesados em passados distantes, que me esqueci.

Por momentos abdicava do presente estático que procurei, e voltava a voar na imaginação de te reencontrar sem desistir, sem duvidar da viagem que me poderias fazer embarcar, com o destino traçado por quem desbrava os caminhos do momento, desses momentos que me fazem acreditar, que posso tudo enfrentar, sem receios, sem pesadelos onde poderia acordar.

É em sonhos que te busco, pois a realidade nada trás de novo, agora, neste futuro delineado na minha mente, que mente a mim próprio, como se quisesse em ti me refugiar. Sim, seria em ti, se mais uma vez te encontrar...

A luz que vi, confundiu-me e, dela fugi!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Rascunhos

Guardo as tuas palavras, mas não as aponto, apenas oiço-as quando estou sozinho a meditar dessas falsas esperanças que sonho e não percebo.
A indeferença do teu sorriso, a inexpressão do teu olhar, todos esses traços tão parecidos com os meus...
Questiono-me ou desisto?
Por vezes apetece-me romper por momentos a lúcidez e levar-te até ao meu mundo de ilusões, para acordarmos juntos desses sentimentos que nos corroem, que nos afastam, quando eu queria que nos unissem, com tristezas e frustações esquecidas nos seus tempos, nas suas gavetas, como rascunhos perdidos noutras existências, noutros passados.
Para te ver sorrir, para compreender o teu olhar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sentidos

Deitado, a sentir o peso de outros tempos, passados adormecidos nesta espera de sobrevivência a que me entreguei.
Não quis fugir, somente recordar esse sentimento que me ofereceste, e por isso aqui espero, neste gélido repouso que me faço sentir, sozinho com as escolhas destes monólogos à qual a tentação me faz pensar, essa mesma vontade que me fazia a ti me entregar para te sentir com o sopro da felicidade que passámos, juntos, mas tão distantes do que me fizeste prometer, à razão me julgar.
A guerra foi até ao limite, até eu perder as forças e por tudo esperar!
Lutei contra mim, e luto sempre, para te abraçar sem te ver, apenas imaginar as nossas proezas de outros sentidos, para sempre quero sentir essa paixão sem te tocar.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mundos

O sonho mantém-se, mas com outro olhar.

Aquele que desperta muito mais do que podemos oferecer mutúamente, aquele que te acorda e a mim também.

Esperarei!

Não contigo, mas com a ilusão com a qual a esperança vier...

Esperarei!

Sem loucuras de outra hora, mas com a calma que imaginei.

Esperarei!

Que me acordes deste mundo, tão diferente de muitos que conheci, e quero conhecer.

Contigo!

Que me abriste um novo olhar, aquele olhar que não esqueci, quando te vi a flutuar na minha imaginação, antes de adormecer com a tua dança de sedução, para me mostrares o caminho que tenho que seguir.

Esperarei!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Caminhos

O sempre esperado "adeus" surgiu agora com essa reticência que há muito sentia.
O teu caminho e o meu, já estavam separados deste outros percursos que nos levou a percorrer outros rumos, com a tua inocência e a minha rebeldia, livres de preconceito e sem nunca mais nos cruzármos, mesmo lutando por algo mudar.
Mas não era o destino, não era o que as estrelas designaram para nós. Foi o que pedi, que se guardassem as armas da ilusão, do sufoco e das más intenções e, o teu caminho te guiasse até onde a tua esperança te levasse!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Despedida

A palavra que quis dizer, foi ouvida durante demasiado tempo.

Os sucessivos olhares nunca desapareceram, até agora, até mais uma vez que oiço-te a perguntar o porquê desse silêncio sempre presente em nós.

Paro agora com mais uma certeza, que há muito tinha e mantenho, porque esse adeus nunca se esquece, lembrando o destino que procurámos, que lutámos e não nos diluíu.

Só agora na vontade de procurar novos desafios, que me rendo a uma vontade contraditória de partir, e ver-te igualmente distante, encontrei mais uma despedida entre a tua e a minha palavra.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Devaneio

Um tempo para mim, para pensar onde vou chegar!

Nem eu sei, nem mais ninguém...
Mas sei que um dia vou alcançar o que por vezes sonho.

Contigo, ou sozinho! Espero encontrar...

Um dia, vou-me aperceber o quanto passei, para sentir, para descobrir o que sonhei!

Terei razão?

Nem eu sei, nem mais ninguém...

Assim consigo flutuar, ao sabor da doce maré, onde me encontrarei, onde chegarei...

domingo, 30 de maio de 2010

Asas

Nas tuas asas pensei voar, de viajar pelo teu horizonte e mostrar-te o meu, de saltos entre a terra e o céu, de brisas vertiginosas e tempestates harmoniosas sonhei encontrar, encontrar-me para te conhecer. Mas esqueci como se encontra, o que se perdeu, numa onda de mar revolto, como a maré viva de Verão, que se revolta contra o tempo, para voltar a repôr o grão de areia desaparecido num Inverno rigoroso, para levá-lo para outras costas, sem as tuas asas...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Amando-te

Neste trilho de saudade, pelo que perdi quando só queria encontrar...
O desafio de saber como te iria ver após longo tempo de ausência, para tentar reencontrar-me nos teus gestos radiantes de convicções que me detiveram de me aproximar de ti.

Nesta solidão em que me tornei, por querer fugir do que mostravas por vezes...
Mas perdendo a razão da vivência, consumindo-me a cada hora de sufoco, por não conseguir relembrar-me dos teus traços de sensatez que me hipnotizaram.

Neste desconforto de ilusão, em que sonhava que me fez esquecer...
As tuas palavras enquanto me guiavas nesta luta de emoções, de esperança, que me trouxe até aqui, a teu lado, fugindo do que me poderias transmitir. Prefirindo caminhar sozinho, sem a tua luz que me protegeu neste percurso.
O calor do teu amor!

Um dia, assim...

Já perdi o sentido da realidade, diluído no tormento, onde queria refugiar-me das ilusões trazidas pela maré dessa corrente incontornável de desespero por não mergulhar, no vazio.

Já encontrei erros soltos na razão, em silêncio, para tentar perceber as mágoas do destino, que traçam cada curva de um esboço cinzento a carvão, irreal.

Já critiquei toda a esperança, reflectida no horizonte, para esquecer pormenores ridículos de desgostos irracionais de sentimentos radiantes, longínquos.

Mesmo assim continuo nesta angústia de palavras cruzadas, à espera que um dia essas palavras me relembrem o porquê...

Palavras

Destino!
Que palavra forte, para quem busca.
Solidão!
Que termo deprimente, para quem espera.
Amor!
Que ilusão é essa, que nos ilude, mas nos guia nas encruzilhadas do destino, e nos sacia da sede da solidão.
Sim, é o amor que é deprimente, mas é a palavra forte que nos preenche!

Dor

Palavras de fogo que ardém no instinto, que devora a paixão. O silêncio instala-se no refúgio...
É o gelo que queima o desejo e solta pequenas gotas no rosto perdido, no olhar infiníto, mas presente.
Longe da noite o escúro mantém-se, é o brilho que se perde, e se encontra nos braços de um amor verdadeiro,
mas racional.

Rostos

Os rostos viciados que se encontram no reflexo de um espelho, ou simplesmente se escondem em risos apagados e na rotina diária, nos preconceitos, nas ideias pré-concebidas......assim sonham, para alcançar o poder do destino.
Apaga-se a luz do dia durante escassos momentos, para reluzir na abertura de um olhar triunfante, por esperar, por saber, por viver... Por sonhar!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Corrente

Na corrente das emoções vividas, pequenas sequelas se alojam no espírito alheio à beldade. No conflicto dos sentimentos gerados, o rosto escondido dislúmbra-se, transparecendo imagens turvas e distantes do mundo exterior, coberto de mágoa. Fixa-se um olhar profundo, na esperança de alcançar o infinito, do imaginário. Mas principalmente, da beleza esquecida na corrente...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Miragem

Acordo mais uma vez longe do ideal que idealizei, pois quando o tempo nos cega, muito fica por escrever.

Fui ao encontro de uma miragem que já evitei, mas continuei a caminhar sem hesitar, sem fugir.

O tempo fez-me esquecer a longa distância que percorri neste momento, para ver-te com a confiança que sempre me transmitistes. Recordar por vezes engana, mas não agora, não neste momento em que apareceste com esse sorriso de saudade, igual ao meu, mas finalmente sem esperança, apenas para sentir a importância de um gesto de conforto por teres seguido por breves minutos o meu tempo de reflexão.

Continúo o percurso que quero manter, e penso: - É desta vez que vou abstrair-me de ilusões e voltar a refugiar-me em sentidos e em nostalgia, sem perder a minha razão!

E tento adormecer, pensando onde vou acordar com mais um amanhecer sem palavras soltas pela suave manhã.

terça-feira, 23 de março de 2010

Teimosia

Pedi que guardasses as minhas palavras, leste-as, mas não paraste para as ouvir. Talvez se fosse outro que as te segredasse, terias prestado um pouco mais de atenção. Mas fui eu que as escrevi e se ficaram soltas no papel, foi porque não as quiseste sentir. Não critico, foram alguns desabafos que te quis mostrar, sem te olhar nos olhos, sem entrar no teu mundo, apenas fazer-te mudar.

E continuei a andar, em pensamento.

Finalmente consegui parar por um segundo o tempo, quando pensei "NÃO"...

... quero prender-me a uma ilusão;
... gostava de desafiar a paixão;
... posso continuar a lutar contra mim;
... por ti;
... contigo!

E continúo a escrever palavras ocas que ecoam a cada segundo que passa.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amanhã

Acordo agora, ao som das ondas a ecoarem nesta manhã fria e vazia de sentidos. Não reconheço a paisagem, nem me lembro como aqui cheguei.


Levanto-me, dispo-me e mergulho no mar...


Visto-me e corro para aquecer. Na memória levo um poema antigo, escrito em mais um momento de angústia e de solidão... E mudo o seu final!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tempo

Sem tempo para fugir desta ilusão, mais uma que sonhei e que me fez duvidar e querer ficar a apreciar a sua evolução...
Fujo, corro, desapareço e volto a andar, calmamente. O tempo não passa, e continúo a iludir-me nesta passagem! Não quero vaguear novamente, apenas reflectir deste momento que passou, sem eu sentir a sua luz.
O toque de liberdade e de harmonia foi sentido, com receio e prudência deixei que me arrepiasse e esperei tocar também. Nada mais que palavras pensadas a retractar o teu espirito e a minha esperança, ficaram, como eu, a pairar ao teu ouvido. E fujo, mais uma vez!
Basta um brilho no teu olhar, e o tempo não parará mais neste momento! Mas isso não posso ter sem ti, resta lembrar-me da tua expressão de timidez de quem não queria expôr-se ao sentimento, e paro com o tempo a passar...
E move-se lentamente, à tua espera.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

...

Um dia, uma hora, um minuto por um segundo...
É o que falta para quebrar tudo o que esqueci, ou lembrar-me do que prometi.

Paro agora em mais um beco, está escuro e húmido. Subo as escadas lentamente, ouvindo os acordes da emoção, da esperança e da saudade. Aquece-me o espirito ouvi-los!
Paro novamente! E deixo de ouvir essa melodia.

O escuro mantém-se e sopra o vento, gélido. Acabaram-se os degraus! Três portas fechadas e uma chave na parede.

Rodo uma maçaneta de cada vez... Não estão trancadas, mas não as abro completamente!
O que abrirá a chave? Guardo-a comigo.

Volto para trás, desço as escadas e paro mais uma vez.
Oiço as ondas e caminho na direcção do som suave da maré. Onde me levará?

Chego a uma práia escondida entre as rochas. Paro, sento-me no areal e volto a ouvir a melodia que me aquece os sentimentos, e deito-me, adormecendo...

Amanhã volto a acordar!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Scorpio

Quem és? Perguntei eu sem saber se te iria ver um dia.
Aos poucos vais te revelando, com indeferença, mas com um magnetismo próprio de quem não se quer dar a descobrir bruscamente. Calmamente vou apreciando, vou te lendo as palavras escondidas no teu sorriso que raramente me mostras, mas que vou percebendo, aos poucos.
Misteriosamente vais abrindo uma ou outra porta deste labirinto perdido no tempo, da vivência e da nostalgia no qual me escondo há muito. Revivalismos e percepções próprios da curiosidade, é o que encontro a cada porta aberta pelas tuas palavras.
As minhas são as que vou escrevendo, para um dia se soltarem ao teu ouvido, em harmonia e com esperança que sejam recípocras, em emoções...